Café puro cheio de doce,
sua boca me pertence
desde o olhar.
Diz bom dia sorrindo,
mais cinco minutinhos,
dez e outra vez.
O inverno sequer assovia
em meio ao verão
de nossa primavera.
Somos compassos
sem ensaios,
misturados:
cheiro, pulso
e respiração.
Desejo emana em cada poro,
pêlos se arrepiam ao toque,
ora das mãos, ora das palavras.
Paixão aquece todo peito,
corpos e almas se enlaçam,
ora com os braços, ora com as pernas.
Decoro linhas com os dedos,
Mãos dão asas ao pescoço
e o resto,
entregues
da orelha ao sexo.
Movimentos ritmam
o embalo da cama.
Epiderme ferve o sangue
de nossas veias
Atração mútua desde o ontem,
em cada segundo do agora.
Sem pudores ou aparências,
crus estamos sem rótulos.
Amizade escancara defeitos,
inocência na brincadeira de mão,
no riso sem fim
e na vontade de não soltar.
Intensidade no sentir,
força no querer,
espremer ossos,
morder a carne,
se lambuzar de prazer.
Gestos nos descobrem,
suor e saliva se unem,
enrolados em nós
nos amamos,
feito gente no cio.
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