terça-feira, 5 de agosto de 2014

Ítolo

Traços e disciplina oriental.
Um composto de poesia orgânica
revestido de engenharia mecânica,
curtido no amor maternal.

Sua estatura esconde
seu verdadeiro tamanho
para em meio ao rebanho,
que aceita qualquer resposta,
seguir na direção oposta
(mas nunca lhes dá as costas).

Respeita todos os caminhos,
acompanha de perto, 
de carrinho, mostrando o certo
servindo alguns conselhos
sem se por como um espelho,
um bom irmão mais velho.

Sabe que pode chorar
(suas lágrimas talvez não).

Pra ninguém passa pano,
mas aos verdadeiros manos,
mesmo ciente que pode se queimar,
é capaz de estender a mão,
só para que não passe em vão
uma oportunidade de ajudar.

Costuma enxergar além
e consegue expressar tão bem
o que não conseguiu guardar
que meus versos ficam aquém 
do que já nem tento explicar.
Suas palavras são minhas também,
as canto enquanto a sonhar.

Com a mecânica de precisão
contra a inércia e a apatia
mostrou-me a engenharia da revolução 
cantada com o coração,
a qual fazemos Apologia.

Em muito lhe imitei,
logo, alguma culpa ele tem
se me tornei esse alguém 
que já nem sei quem.

Mas sigo sendo,
juntos, acontecendo,
plantando essa amizade 
e também colhendo.

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