sábado, 3 de novembro de 2012

É só poesia

A cidade está em guerra e eu permaneço ilesa 
Inerente à minha condição 
de ser apenas mais um cidadão 
De luto, que não luta 
Com medo, se esconde, se afugenta e cala. 

Até quando a inutilidade de minhas ações 
continuarão a me iludir 
Penso estar buscando transformações 
e só faço é colorir 
Brinco de atirar palavras, 
enquanto balas estão sendo disparadas 
em todas as quebradas 

Peço mais amor, quando índios anunciam suicídio 
é ridículo o meu egoísmo 
Gritar por cultura, literatura e poesia 
Num país que não valoriza nem a vida 

Estou assustada, no que se transformou 
este ser que Deus criou, dito o mais inteligente 
De telencéfalo desenvolvido e polegar opositor 
Sua condição subiu a mente, se sente agora o criador 
Dono das terras e das vidas 
Tornou-se escravo do dinheiro e do poder 
Agora está a decidir
 quem é que vive e quem deve morrer 

Minha luta é pobre, meu texto é ralo 
Sei que está tudo errado, mas não tenho uma solução 
Quero mudança, mas fazer poesia
 é minha única ação 

2 comentários:

  1. Lindo, Carolzinha!

    Expressou em palavras o que a maioria de nós paulistanos estamos sentindo.

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