sábado, 10 de agosto de 2013

Na mão

À noite, ficou inteira
à quilômetros da fronteira 
que a aproximaria
do que realmente queria.

Fez parecer amizade,
não retribuiu um único sorriso
e com naturalidade,
conteve sua vontade
num vocabulário conciso.

Evitou se explanar,
muita teoria não presta,
queria entrar pelas frestas
e, no meio da festa, gozar.

Não escreveu na testa
(jamais facilitaria),
teriam que decodificar
que àquela valsa fria
era sua dança de acasalar.

Viu a noite acabar
sem conseguir segurar
no seu um só olhar
(não lembra se chegou a tentar).

Enquanto se despedia,
mordida, mas não comida,
maldizendo alguém ou a vida,
sua poesia nova nascia.

Antes de se deitar,
não se conteve,
depois de se masturbar,
versou para eternizar
uma noite que não teve.

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