quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Então tá então...

Nos cumprimentamos
com um beijo no rosto
sem gosto e habitual
ao tipo de casal sem sal
que nos tornamos.

Acreditava piamente
que a gente ficaria junto
infelizes para sempre
até virarmos presunto.

Mas algo tinha acontecido
ou estava acontecendo
em nosso amor falido.

O prazo tinha vencido
e eu não tinha notado
o cheiro de estragado
em nossa paz amarela.

Mas paciência dela
apitava a panela de pressão
que cozinhava nossa relação,
então, ela preparou o enterro.

Começou dizendo
que a verdade é um erro,
que queria nossa felicidade,
e que aprendeu muito comigo,
que sou companheiro, amigo,
engraçado, interessante,
descolado, inteligente,
simpático, bonito, 
gentil, carinhoso, gostoso 
e um monte de outras coisas 
anormais e legais, 
em seguida,
disse que não me queria mais...

Eu fiquei mudo...
Foram longos segundos
ruminando a mensagem...

Também aprendi muito.

Decidi acreditar em tudo
e sair com alguma vantagem.

Agradeci e segui viagem.

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