terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Poema de Ge ladeira

Meu amigo, de certo 
não ficará secreto 
em nenhum desses versos.

É minha poesia de cabeceira,
fica dentro de um refrigerador
que conserva dor de primeira,
alimento para recapeamento
dos tormentos que quebram-me ao meio.

Lágrimas descem sem receio
em páginas que pela terceira vez folheio
e é como um passeio 
na chuva, sem guarda, 
ou na ducha de água fria.

Quem diria
jamais saberia 
que no curso dessa travessia
encontraria as respostas pra minhas amarguras
no final da reta oposta.

Não darei mais às costas
à desvios de postura,
mas a essa altura, 
com o disco já riscado
me arrisco a riscar versos repetidos
e por precisão
faço essa cirurgia
sem autorização do cirurgião,
mantendo meu olhar torto
aos que me veem na contramão.

Atesto minha fé
e protesto contra a maré
que avança e alcança o umbigo,
e diz: meu amigo, não da mais pé,
volte, a vida não da rebote!

So wath, 
esse estrondo que você ouve
é meu coração apanhando
de suas ideias aleatórias,
e desaguando novas estórias.

Um dia, 
a sua maneira,
minha mente se expande
e me torno tão grande 
quanto uma geladeira.

Com sua poesia
debruçada na janela,
penso nela, 
ou melhor, nele, 
o poema
ainda não concluído
talvez um ponto final
seja a solução afinal
para esse problema mal resolvido.

*Poema que fiz para meu amigo poeta Ge Ladeira, 
em um amigo secreto no final do ano passado.
**ilustração de Andrício de Souza

Um comentário:

  1. Olá, Thiago! Cheguei tarde para desejar um belo ano novo, mas nunca é tarde para se esperar e desejar coisas boas. Feliz 2014!

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