quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Cúmplices de sangue

O primeiro é o mais feliz 
Mais desligado e folgado 
Enquanto assobia da corda no dia 
Não importa a estação do ano 
Nem atraso lhe tira a alegria 
Um doce coração prensado 
Que não cabe num metro² 
Um tipo inenarrável, admirável 
Digno de ser amado 
Sou seu irmão mais velho 
Ele é pai do meu amor mais novo. 

Sou o segundo 
Mas o primeiro a reclamar 
O que vive em outro mundo 
Poeta, sonhador, vagabundo 
Sempre, incansavelmente, a brincar 
O que escreve seu universo 
Em versos um tanto dispersos 
Que tentam lhe decifrar
Voz da Apologia
Pratica liberdade e cidadania 
Servindo à poesia.

A terceira é Anna 
Com dois enes mesmo 
Nome e fardo de santa, 
De memória perdida, a esmo 
Pequenina menina giganta 
Que na infância me enchia de beijo 
Com o poder de sua garganta 
Que em minha volta faz cortejo 
A tristeza e o silêncio espanta 
Companheira, hermana, amiga 
Anexo da minha vida 
Que sem ela estaria perdida. 

A quarta de tudo está farta 
Com um mundo todo pela frente 
Fica constantemente de fronte pra tela 
É o amor maior da gente 
A mais inteligente e mais bela 
Branca como a neve, 
Princesa da pá virada 
Sabe o que quer da vida 
É livre, decidida e emancipada 
Nasceu com o verão 
Transformou-se num mulherão 
Um avião de ouro, meu maior tesouro. 

Eu sou um tanto deles 
Eles um pouco me são 
Amigos, parceiros 
Cúmplices, companheiros 
Amor verdadeiro de irmão.

Um comentário:

  1. Linda homenagem, belas palavras, seus versos mostra quão bem conhece cada um de nós. Te amo!

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