Nas linhas
turvas do ar, tesão,
caminham curvas despidas,
esculpidas à mão.
A tinta, o tato, os traços.
Há cor à flor da pele é arte, fato.
Índia, em tons de cinza,
a seus fios de breu
meu coração ranzinza se rendeu.
Negros olhos miram,
sem embaraço, a lente
em frente e afronta.
Arcos f(l)echam o braço
e a gente se encontra.
Se encanta, com o canto
do índio, subindo às ancas,
boquiaberto,
com o olhar guardado
em pernas que ensaiam pose,
no close para o retrato.
Sei os pequenos desenhos
correndo,
livres pelos declives.
A poesia e sua matéria prima,
nuas em traços e rimas,
nos versos que se fazem janela
à tela dele, a pele dela.
Poesia que fiz a convite do meu parceiro Samuel (Artefato Borges), para um projeto no qual seus traços descobrem desenhos a partir das curvas de cada modelo...
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