terça-feira, 10 de setembro de 2013

Vermelho


Gostaria de falar sobre pássaros,
do vôo que fazem em bando,
migrando de sul a noroeste,
todos os anos,
no mês que as folhas caem no chão.

Esquecer por um instante de tudo
que fica zunindo, dentro do ouvido,
quando o travesseiro fica grande demais
e a gente pequenininho
diante do mundo.

Queria buscar inspiração...
em cheiro de neném,
na comida da vó, nas coisas simples.
Ao invés dela me encontrar nas que doem.

Desconheço a máquina humana,
frágil como vidro,
sentenciada a parar.
O sangue que enche o coração de uns
e alimenta o ódio de outros,
é igual?

Seres racionais,
diferentes até nas suas semelhanças
se matando, se multiplicando.
No Brasil ou na Índia,
por amor ou medo,
há sempre um coração que pulsa
ou dorme.

Para confortar a alma
das certezas da mente
e as dúvidas do coração,
teorias e crenças
que respondem o inexplicável

É encantadora a engenharia do corpo,
a importância da funcionalidade
dos mínimos glóbulos vermelhos
enchendo veias, artérias,
 átrios e ventrículos,
a circulação do oxigênio, da água
e todas as células que nos mantém vivos,
perfeccionismos do criador.

Indescritíveis e impalpáveis sentimentos
controlam a cabeça, respiração...
O pm que mata gente na rua,
abraça alguém e diz bom dia sorrindo, também
os soldados alemães cumpriam ordens, lembrou alguém
Amarildo ainda não apareceu, a polícia prova
Felipe não pode falar nada, matou dois da rota
fim de história.

O mundo gira na desevolução da espécie,
boa de bola e doente da alma,
pisa na Lua, mas não acaba com a fome.
Uns com direito ao universo
e outros sem pedaço de chão.

Enojado da raça humana,
o poema me pediu um minuto de silêncio...

em busca de inspiração!

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