Em preto e branco
Seguram minhas mãos
O instante de alegria, congelado
onde vejo-me abraçado
ao meu mais antigo amor.
Lembro, no meu passado,
Ele sempre predominou
O conheci antes da vida
Na barrigada ainda
Quando de lá ouvia: gool
Nesse retrato vejo
São sim outros tempos
Mas o mundo não, é o mesmo
As lágrimas de ontem, ainda caem
Quando não, se escondem
Em sorrisos que mal saem
Com alguma inteligência
Minhas mãos calejadas,
se educaram a transformar
O mundo todo em palavras
As quais aprendi a amar
Com elas aprendi a ler
A saber sobre o que falar
Permitiu a mim conhecer
Através de um desconhecido olhar.
O circo arranca sorrisos
Acalanta o cego coração
Que só leva prejuízo
Nessa vida de desilusão
Onde pouco se dorme
Trabalhar é a recompensa
O pão que disfarça a fome
Enche, mas nada sustenta.
São tantas ideias famintas
por alimento e conhecimento
Vagando como espíritos
Que engana-se quem pensa
Que o povo se contenta
Apenas com pão e circo.
Por isso hoje celebro
O meu desprendimento
Tenho dois grandes amores
E ambos moram aqui dentro
Timão na libertadores
Acelera sim o meu peito
Mas quarta-feira tem Cooperifa
A poesia venceu, não tem jeito.
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