quarta-feira, 3 de abril de 2013

Olhos da Sé



Marco zero 
marcando ponto, 
passando ponta 
vendendo corpo 

Tudo observa, 
onde a cidade começa 
Histórias que caminham, 
memórias que fincam 

Jovens que soltaram a voz 
com grito algoz 
Conquistaram o voto direto 
fazendo protesto 

O metrô chegando, 
a igreja subindo 
Crianças se drogando, 
adultos sorrindo. 

Mães de maio 
chorando anos inteiros 
por vazios 
que transbordam o peito 

Sonhos de todos os sotaques 
em fila indiana 
Na terra das oportunidades 
passando necessidade 

Estômagos vazios, 
esquecendo o frio 
Na fumaça do seu cachimbo 
sem o fumo do índio 

Amores de primeira 
e última vista 
No banco da praça 
ou dobrando a esquina 

Muvucas alegres, 
almas tristes 
uns dormindo, 
outros seguindo.

2 comentários:

  1. Olá!
    Gostei dos versos, foram muito bem elaborados!
    E assim são os tipos de vida, cada um com seu problema, com sua alegria, cansaço e voracidade.
    Muito real!
    Beijos
    sweet--hope.blogspot.com.br

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