quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Amar(ela)



Embebedou-se de sua musa 
Compôs sonetos, 
cordéis, haicais, poemas, 
Escreveu-a em todas as formas 
que lhe permitira 

Fez dela sua poesia 
a tomou em versos, a cada dia seu 
Encheu-a de prosa, lapidou suas linhas 
Ajustou-a em sua métrica 

Experimentou sensações novas, 
falou sobre todas 
Vivenciou tantas outras 
das quais sequer lembrara já ter sabido 

Permitiu-se dançar, 
deslizou em passos desgovernados 
apenas para lhe fazer sorrir 
mais uma vez 

Permitiu-se brincar, 
de ser feliz, de fazer careta, 
E mesmo quando foi inevitável brigar 
A abraçou para lhe confortar 

Deu a ela seu corpo, alma e coração 
Mesmo sabendo que não lhes pertencia 
Prometeu-lhe a felicidade 
e tudo o mais que pôde lembrar 

Entregou-se sem temer o fim 
como jamais ousara fazer outrora 
Decidiu amar, 
como se não houvesse, amanhã

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