quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Peixinho

Sou você
o avesso inclusive 
E assim sempre será 
O sorriso largo 
Vocabulário articulado 
A profundeza do olhar. 

Não há como esconder 
Não há o que, nem porque 
Em mim vejo você 
sozinho remoendo fico 
os tempos de Tico tico, 
Que nunca vão se perder. 

Aceito-te do seu jeito 
Não nos julguemos 
se quer mais um fio 
Pois em meus defeitos 
Sou pior do que lhe pareço 
E um tanto quanto mais frio. 

Me olho, hoje, percebo 
Somos como espelho 
Na barba que por fazer deixo 
Nas entradas das quais me queixo 
No desleixo ao andar 
No início, no fim e no meio 
Sempre seremos par. 

No sangue corre a Bahia, 
A devoção pelo Todo Poderoso 
E o amor pela poesia 
Seu bem mais valoroso 
Hoje, quem diria, 
meu ouro de tolo. 

Não vejo arrogância 
Na importância dada 
à magoa que veio morar 
Cultivamos a distância 
Mas estarei daqui a te amar 

Machucamo-nos 
Mutuamente, eu sei 
Mas se ainda não perdoei 
Não há o que perdoar.

3 comentários:

  1. Não julgue
    Não se julgue

    Entrelace os dedos
    Levante os olhos
    E viva!

    Dias sem cobranças, muitas vezes são inevitáveis, mas um sorriso, nem que seja tímido, melhora tudo.

    Beijos pra ti, amigo poeta

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  2. Somos versões dos nossos antepassados...

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  3. Não há mágoa que o amor não apague.
    beijos!!!

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