terça-feira, 10 de julho de 2012

Para nós, o Luar

Quieto, de perto, 
Te observo calada 
Contemplo seu olhar 
Refletindo o luar, 
Nós dois e o mundo 
Lentamente a girar, 
Alguns mágicos segundos 
Que ousaram passar. 

Inebriada de amor 
A brisa do mar, emanando calor 
Abandonou a realidade 
E no toque das nossas mãos, 
(Termômetro da intensidade), 
Provou da reciprocidade e seu tempero forte. 
Rapidamente passou por nós 
Entregou um pouco de sorte 
E, deixando-nos a sós, rumou para o norte. 

Sob a companhia das estrelas e da lua 
Iluminando as pedras transformadas em rua 
Quis você nua, ou melhor, crua 
No sentido mais visceral, 
Sem passado nem futuro 
Só o presente de irmos até o final 
Sem esbarrar em mais um muro, 
Como um pseudo casal. 

Meu abraço ágil 
Envolvendo seu vestido roto 
Minha língua em seus lábios 
Querendo banhar seu corpo 
Minha boca, ‘namoradeira’ 
Em seu ouvido despejando besteiras 
Minhas mãos em seus seios de pera 
Colocando-me à beira 
Da fogueira que incendeia a gente 
Espalhando no ar seu cheiro 
Que ao respirar por inteiro 
Cega-me instantaneamente. 

Suavemente... 
Deslizo por sobre seu ventre 
Acaricio nosso desejo 
Lentamente... 
Mais um longo beijo. 
E, involuntariamente, 
O arrepio que enverga sua espinha 
Faz o mesmo com a minha. 

Não é preciso falar, 
Tão pouco explicar ou desculpar, 
Não ousaria escutar 
E permitir ao acaso estragar 
O que nem em sonho pude realizar: 
Uma noite perfeita, 
Com nossas mágoas desfeitas 
Sob a benção do luar.

Um comentário: