quarta-feira, 14 de março de 2012

Um dia incomum




Certa manhã
De um dia incomum
Me fugiram as palavras
Não sei se pela janela, pela porta
Ou se correram enquanto eu sonhava.

Mentalizei cada sentimento
Busquei meus tormentos e lamentos,
Mas nada me ocorria.
Cada letra do alfabeto
Abandonara-me por completo
Em debandada,
Todas bateram em retirada.

Na realidade
Na correria da cidade,
Tudo ainda acontecia
E, enquanto eu assistia 
Pressa em demasia,
Velocidade e voracidade,
A única coisa que eu queria
Era escrever minhas verdades.

Qualquer coisa,
Somente pra guardar,
Não me saciava só contemplar.
Mas minha inspiração 
Sumira no dia em questão.

Olhava a minha volta
Em busca da bendita
Mas não a encontrava,
E, nem se quer um palavra,
Deu as caras pra ser dita.
Muito menos em meus dedos,
Com lápis e papel em punhos,
Rabiscando em rascunhos
Poesias foram escritas.

Foi um dia incomum
Sem precedentes nenhum
Que desde o amanhecer
Até anoitecer
Permaneci em jejum

Pensei: vou enlouquecer
E realmente enlouqueci
Mas consegui sobreviver,
E hoje estou aqui.

A inspiração voltou
A memória guardou
E nesses versos eternizou
O dia que a poesia em mim se calou ...

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