Certa manhã
De um dia incomum
Me fugiram as palavras
Não sei se pela janela, pela porta
Ou se correram enquanto eu sonhava.
Mentalizei cada sentimento
Busquei meus tormentos e lamentos,
Mas nada me ocorria.
Cada letra do alfabeto
Abandonara-me por completo
Em debandada,
Todas bateram em retirada.
Na realidade
Na correria da cidade,
Tudo ainda acontecia
E, enquanto eu assistia
Pressa em demasia,
Velocidade e voracidade,
A única coisa que eu queria
Era escrever minhas verdades.
Qualquer coisa,
Somente pra guardar,
Não me saciava só contemplar.
Mas minha inspiração
Sumira no dia em questão.
Olhava a minha volta
Em busca da bendita
Mas não a encontrava,
E, nem se quer um palavra,
Deu as caras pra ser dita.
Muito menos em meus dedos,
Com lápis e papel em punhos,
Rabiscando em rascunhos
Poesias foram escritas.
Foi um dia incomum
Sem precedentes nenhum
Que desde o amanhecer
Até anoitecer
Permaneci em jejum
Pensei: vou enlouquecer
E realmente enlouqueci
Mas consegui sobreviver,
E hoje estou aqui.
A inspiração voltou
A memória guardou
E nesses versos eternizou
O dia que a poesia em mim se calou ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário