sábado, 4 de junho de 2011

Texto para lembrar

Não nos conhecíamos
Pensávamos nos conhecer
Mas no alvorecer,
um passeio
Álcool na cabeça,
muito receio,
Depois com a coragem
o tiro veio:
‘Quando terei seu beijo
Que tanto, tanto, tanto anseio?’

A resposta me quebrou ao meio:
‘Agora! Não entendi a demora.
Estamos a sós aqui fora’.
‘É verdade, estamos’...
Enlouquecidamente
nos beijamos, nos tocamos
abraçamo-nos e deitamos...
Pra fugir do frio, colamos
E não mais desgrudamos...

Uma intimidade sem igual
Como se há anos fôssemos casal
O brilho no olhar fez-me sentir o tal
Problemas compartilhados
Caminhos cruzados...Atração fatal!
Ledo engano,
Ou melhor, ‘Desengano’,
Como os versos de Chico
Que pelas noites cantamos
 “Carnaval, desengano,
Essa morena me deixou sonhando”...

E bem que meu peito sonhou
Voou, o mais alto que deu
E de lá caiu sem freio
Quando a realidade veio
Com força no chão bateu
Então partiu-se no meio
Mas creio, não morreu,
Nem ele nem eu.
O quanto nos entristeceu
Só sabe quem já viveu
E por amor envelheceu.

Trago de outro contexto
Esse amor intenso 
que já me tirou a voz 
Hoje eternizo em texto
Só como um pretexto
Para quem sabe lembrar de nós
Naquele alvorecer, colados, a sós.

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